segunda-feira, 23 de março de 2015

Receita e PF fazem megaoperação para recuperar veleiro contrabandeado


Embarcação retida em Ilhabela, avaliada em mais de R$ 1,3 milhão, teve lacre rompido, desapareceu e foi localizada na Bahia após investigações

Veleiro está apreendido no Porto de São Sebastião 

A Receita Federal e a Polícia Federal (PF) apresentaram na sexta-feira um veleiro tipo catamarã de 44 pés, de fabricação francesa, suspeito de ter sido contrabandeado. A apreensão ganhou notoriedade porque houve uma megaoperação para que a embarcação avaliada em R$ 1,350 milhão fosse recuperada após ter desaparecido de Ilhabela quando já estava retida por falta de documentação.



A história teve início em outubro de 2014 quando agentes da Receita e da PF faziam uma operação e identificaram o veleiro, que não teve seu nome divulgado, fundeado próximo ao saco da Capela, em Ilhabela. O proprietário não apresentou a documentação que comprovasse a importação, por isso ele foi retido e lacrado, e dado prazo para a devida apresentação. Ocorre que em novembro do ano passado os agentes aduaneiros foram informados que a embarcação tinha sumido.

Diante disso, a inspetora da Receita, Luciana Medeiros, acionou a Polícia Federal que, juntamente com a Marinha do Brasil, iniciou a investigação. No final de janeiro de 2015 os agentes federais conseguiram localizar a embarcação na Baía de Maraú, na Ilha dos Sapinhos (BA).

Durante a abordagem encontraram um rapaz que teria sido contratado por um dos proprietários para ficar tomando conta enquanto foi à cidade comprar uma peça, pois ele teria apresentado um defeito mecânico. “As informações que temos é que o destino do veleiro era Trinidad &Tobago”, explica a inspetora da Receita.

Novamente ele foi retido e levado para Ilhéus (BA) e após seis dias de navegação chegou ao Porto de São Sebastião onde agora o proprietário terá 20 dias para apresentar a documentação. O órgão aplicou ao bem a pena de perdimento, o que o torna disponível para arrematação em leilão. 

De acordo com o delegado da PF, José Roberto de Macedo, diante do que ocorreu, além de poder responder por contrabando (pena de dois a cinco anos de reclusão), os responsáveis ainda podem ser indicados por inutilização de sinal e edital  - rompimento do lacre da Receita Federal  (detenção de um mês a um ano), adulteração do nome da embarcação (três a seis anos de reclusão) e falsificação de documento público, uma vez que teriam de trocar por conta do nome (dois a seis anos de reclusão).

Por parte da Receita, além da perda do bem, cada proprietário está sujeito a ser autuado em R$ 5 mil por força de embaraço à fiscalização.

Muitas mãos


As investigações surgiram porque não havia a documentação. O estaleiro francês Lagoon informou que ele foi fabricado em 2008 e vendido para uma empresa das Ilhas Virgens Britânicas. A partir daí não se sabe como ele entrou no Brasil, mas que passou pelas mãos de pelo menos quatro proprietários. “Alguns documentos mostram que o veleiro foi negociado pelo valor de um carro, sabendo que na internet foi colocado à venda por mais de R$ 1,350 milhão”, explica a inspetora da Receita Federal Luciana Medeiros. 

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